O Retorno - 2013: Ano Um

Com o conto O Retorno fui um dos selecionados para a coletânea 2013: Ano Um,  livro a ser publicado pela parceria entre as editoras Ornitorrinco e Literata, idealizado por Daniel Borba e Alícia Azevedo.

Fiquei muito feliz ao ser selecionado pois me dediquei muito neste conto, além de poder incluir na história uma idéia que há um bom tempo permeava minha mente.



Compartilharei as páginas deste livro com os seguintes selecionados:

Paulo Froda (Projeto Olimpo)
Daniel Tréz (Irmãos do Espírito)
A. Z. Cordenonsi (A Rapineira) 
Carlos Relva (A Imagem do Homem)
Josué Oliveira (Reino) 
João Rogaciano (Sempre o Sol)
Sandro Quintana (Os Filhos do Dragão) 

E também tenho a honra de estar ao lado dos seguintes escritores convidados:

Roberto de Sousa Causo
Gerson Lodi-Ribeiro
Tibor Moricz
Ana Lúcia Merege
Ademir Pascale
Duda Falcão
Adriano Siqueira 

Segue um trecho do meu conto:

O Retorno

- Não quero ser imperatriz... não quero. – Itzel chorava aos prantos. – Quero meu pai... quero meu pai. Droga... estou sozinha agora... sozinha... – seus soluços a faziam perder o ar.

- Nunca estará sozinha minha senhora. Nunca. – Quatz tentava confortá-la.

Aquilo foi há muito tempo. Lembranças que sempre a perturbavam. 

Os treze conselheiros já se encontravam sentados nas grandes e confortáveis cadeiras giratórias de veludo azul turqueza em torno da grande mesa retangular de vidro azulado e bordas de mármore branco, assim como o convidado ao lado da cadeira de Itzel acompanhado de um guarda, quando a imperatriz entrou na sala. Todos se levantaram, exceto o professor convidado que hesitou por momentos. Itzel entrara imponente. Seu belo corpo era realçado pelo vestido justo que usava; um tecido carmesim aveludado com padrões florais finamente bordados com fios de ouro nas mangas e na gola. Seu perfume era provocativo.

A sala era grande e muito clara. O ar condicionado propiciava uma temperatura amena com um leve e adocicado aroma de amora, uma das preferidas da imperatriz.

Itzel se colocou atrás de sua cadeira, apoiou as mãos no espesso e azulado vidro, e contemplou sem preocupação a vastidão da cidade do alto do andar de número duzentos e trinta e dois, o último do edíficio da administração imperial.

continua em 2013: Ano Um...