quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vapor Punk

Gostei muito da qualidade gráfica e da arte da capa. No todo o livro é muito bom, só alguns contos que não gostei muito, mas isto devido a preferências literárias pessoais. Excelente trabalho da Editora Draco.

A Fazenda-Relógio (Renato Aragão)
Em meio às demais noveletas do livro, este conto trata de um momento histórico muito importante do Brasil, o qual ao contrário do que se espera, não foi algo assim tão fácil, onde problemas maiores foram gerados. Nesta história muito criativa a realidade alternativa manteve os conflitos originais de forma primorosa. O final acompanha todo o conto em sua qualidade.


Os Oito Nomes do Deus Sem Nome (Yves Robert)
A idéia aqui apresentada é muito criativa e original, onde temos um Portugal ajudado pela África. Toda a magia envolvida na trama é curiosa. Gostei bastante. O estilo da narrativa é que não me agradou muito, mas é algo pessoal que não tem relação com a qualidade literária do autor. Apenas algumas frases que tornam o texto desinteressante como esta, onde foram utilizadas cinco linhas para dizer que nuvens cobriram a lua: Uma nuvem se aproximou da lua e uma luta iniciou-se entre as duas. A lua começou por levar a melhor, tingindo a nuvem de amarelo forte. Esta, por sua vez, foi chamar reforços e rapidamente a luta tornou-se numa batalha quando o céu se cobriu de nuvens escuras e a lua desapareceu por completo.

Os Primeiros Astecas na Lua (Flávio Medeiros Jr.)
Fui fisgado logo de início pelo título, o qual me fez deslizar rapidamente por todo o texto. A primeira metade da história é meio “empacada” mas depois segue um rítmo bom. O que mais gostei foi a idéia do autor em utilizar H. G. Wells e Julio Verne como personagens da história, e mais ainda utilizar os personagens e situações destes escritores nesta realidade alternativa.

Consciência de Ébano (Gerson Lodi-Ribeiro)
Aqui se fez necessário uma leitura mais minuciosa, deixando a descontração de lado. A trama foi muito bem elaborada, mas em alguns momentos se tornou cansativa. O desfecho é excelente, com cenas realmente fortes.

Unidade em Chamas (Jorge Candeias)
O tema proposto, que foca de uma forma ou outra na discriminação racial, junto com a ambientação criada são interessantes neste texto. A narrativa em si é que não me agradou muito, onde o andamento é meio “travado”, não que o texto seja ruim, mas questão de gosto pessoal. Não gostei.

A Extinção das Espécies (Carlos Orsi)
Aqui o autor trata de questões éticas referente ao avanço científico de uma forma muito criativa. Todas as engenhocas desempenham papéis importantes no desenrolar da história. Final que nos convida à ponderação.

Os Dias da Besta (Eric Novello)
Sou grande apreciador da História do Brasil e quando vejo um momento histórico muito bem retratado dentro de um universo fantástico como este, fico empolgado. Adorei a personificação da Princesa Isabel.

O Sol é que Alegra o Dia... (João Ventura)
Este é provavelmente o texto que mais gostei. O autor trata de dois temas fortes: religião com ciência ou vise-versa e cartéis de combustíveis contra a utillização de energia limpa e barata, onde este último me fez lembrar tudo o que Nikola Tesla passou. A narrativa é bem envolvente, mas dois pontos na história me desapontaram. Primeiro: a maneira simples e fácil como o inimigo foi erradicado não estava no mesmo nível em comparação com toda a trama; achei muito fraco. Segundo: o discurso final do inventor foi uma repetição desnecessária de todo o conto, tudo bem que tal pronunciamento se fazia necessário dentro da história, mas ficar repetindo tudo o que lemos se tornou cansativo. Ótimos fatores históricos e personagens reais nos foram apresentados aqui.

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